terça-feira, 26 de julho de 2011

CLICANDO

NATÁLIA RODRIGUES 

A bela atriz esteve na semana passada com os amigos num jantar pra lá de gostoso num tradicional restaurante japonês da Zona Sul carioca.

                                                                                             Foto by: Aldo Barranco

Natália Rodrigues é sucesso, está sempre sorridente e se prepara para novas produções. Ela ama comida japonesa e esteve no Lapamaki de Copacabana. 

A atriz ama a cidade maravilhosa e se serviu com o Combinado Arcos da Lapa, prato que ganhou o nome em homenagem ao bairro boêmio do Rio.


                                                                                                 Foto by: Aldo Barranco

As cores e o desenho do prato dão água na boca.
 
Lapamaki - Serviço:

                                                                                                  Foto by: Aldo Barranco
 
Rua Bolívar 07, Copacabana (21 - 2547-4326). 2ª, 3ª e 4ª das 12h às 24h. 5ª das 12h às 01h00. 6ª das 12h00 às 03h00. Sáb. das 12h00 às 02h00. Capacidade da Casa: 30 pessoas. Formas de pagamento: CC e Cd: Visa e Mastercard.
 
O restaurante trabalha também com Rodízio e Quilo.
 

sábado, 23 de julho de 2011

ARTE E VIDA

THAÍS GARAYP

Inverno de 1980. A Era Disco estaciona e os globos não reverberam mais as luzes das discotecas. A Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética deixa a todos atônitos, pois a qualquer momento um botão vermelho pode acabar com o planeta. E lá no interior, por entre as montanhas mineiras, se forma em Engenharia Civil uma jovem que carrega a força no olhar e na voz.


Digamos que ela buscou a faculdade apenas para compor mais um personagem, ou entender o tom carregado que leva o toque da calculadora ou o traçado de um compasso. Digo isso porque já em 1972 Thaís Garayp entrava para a Fundação Clóvis Salgado, no Palácio das Artes em Belo Horizonte, onde estudou Balé Clássico até 1975.

Antes do diploma de engenheira chegar em suas mãos, outras conquistas tributaram a sua alma: Técnica Vocal, Expressão Corporal, Teoria Musical e Solfejo. Nascia aí a atriz e cantora.


A experiência com a música lhe rendeu participações emocionantes. Tudo começou com o coral "Ars Nova" (foto) que Thaís considera seu berço artístico. Com o grupo ela viajou pelo Brasil e pelo mundo participando de vários festivais nacionais e internacionais. Conheceu as Filipinas, a Grécia, a Coréia, além da França, Suíça, Portugal, entre outros países.

No teatro, foram diversas montagens: "Mulheres de Holanda", "A Bênção Vinícius", "Pianíssimo", "Mahogany" entre outras.

Hoje a atriz viaja pelo país com o espetáculo "Açaí e Dedos", de Carla Faour e direção de Henrique Tavares. Na peça, Thaís vive Laura, mãe de Sheron Menezes. O elenco conta ainda com Babu Santana, Ivan de Almeida e a própria Carla Faour.


Thaís também brilhou nas telonas: "Mulheres do Brasil", "O Circo das Qualidades Humanas" e "Amor Perfeito" foram três longas marcantes em sua carreira, além dos diversos curtas.

O olhar acentuado e a voz sempre projetada com a força de uma guerreira caíram nas graças do povo brasileiro assim que Thaís estreou em "Como Uma Onda", novela de Walter Negrão. No folhetim ela vivia a Abigail, ou Biga para os íntimos. 

                                                                                                   Como ABIGAIL em "Como Uma Onda"

De lá pra cá foram diversas caras e caretas, mulheres não só de Holanda e os toques de quem é realmente sucesso: "Desejo Proibido", "Paraíso Tropical", "Da Cor do Pecado", "Caminho das Índias", "Celebridade", a minissérie "JK", entre outras.


                                                                                                         Como IRACI em "Desejo Proibido"

                                                                                             Como ANAPURNA em "Caminho das Índias"

Seu último grande papel foi a vidente Terê Tenório na belíssima "Araguaia", também de Negrão. Novela e personagem que deixaram saudade.

                                                                                                    Como TERÊ TENÓRIO em "Araguaia"

No último capítulo de Araguaia, quando Thaís entrou com sua trupe do circo, se curvou e foi aplaudida não só lá dentro da tela, mas também por todos os brasileiros, senti que ali não era um final não. Era apenas o fechamento da cortina para um segundo ato. Thaís Garayp está apenas no camarim da vida, tomando uma água e retocando a maquiagem, pois seu belíssimo espetáculo não pode parar. Nunca!

Fotos (Divulgação)

Por: Alexandre Novaski







quinta-feira, 14 de julho de 2011

TELEVISÃO

O MAGO DAS SEIS

Os ponteiros marcam no relógio o início da noite. Os sinos lá no alto do campanário badalam. As donas de casa param com o corte artesanal dos legumes. Chegou o momento de agradecer, pedir, consagrar o horário das 18h00. Dez minutos depois, assim que a Virgem se despede, a TV é ligada pelas Marias. E a emoção pega fogo com as tramas de um grande autor.
  
Quem não lembra do sanduíche de coração de PÃO-PÃO BEIJO-BEIJO? Ou do Pardal de Tony Ramos em LIVRE PARA VOAR?

                                                                                                     Foto by: Júnior Sousa

Proseando com maestria os causos dos campos longínquos de um Brasil contagiante, existe um dramaturgo que marcou durante todos esses anos a tela da Globo assim que a estrela Dalva apontava nos céus: Walter Negrão.

                                                                                                                               Foto by: Camilla Campelo


Está registrado! Negrão é sim o guru das seis! E para celebrar os momentos mágicos da vida do homem de ARAGUAIA, FERA RADICAL e tantas outras, o "Cenas de um Autor", projeto do Instituto Montenegro e Raman, apresentou na última segunda-feira (20/06/2011) um encontro com o mestre.

                                                                                           Foto by: Júnior Sousa

Não só a Dalva, mas uma gama de estrelas compareceu no encontro que durou cerca de uma hora e meia. Thaís Garayp, Cinara Leal, Mariza Marchetti, Herson Capri, Gabriel Canella, Carlo Porto, Fausto Galvão, Alessandro Marson, entre outros.

Negrão recordou grandes sucessos como O PRIMEIRO AMOR, trama precursora na inserção de merchandising direto, dentro da própria novela. A bicicleta Caloi dividia espaço com Rosamaria Murtinho, Paulo José, Leonardo Villar, entre outros. O ano era 1972.

CAVALO DE AÇO também foi mencionada. Única novela de Negrão no horário nobre. A risada tomou conta do Solar de Botafogo quando o autor mencionou que o nome da trama rendeu marca de sapato e até logo de padaria.

                                                                                                     Foto by: Júnior Sousa

Glória Magadan, Janete Clair, Ivani Ribeiro, entre outros foram exaltados e os aplausos vieram pouco antes do buquê de flores entregue pelo entrevistador e ator Raphael Viana.

A simpatia foi a marca do autor durante todo o encontro, mas a ousadia e o melodrama ficaram por conta de BETO ROCKFELLER e O DIREITO DE NASCER. Nenhuma escrita por Negrão, mas que ele fez questão de mencionar para que os jovens entendessem a linha tênue que existiu entre uma trama e a outra.

O papo foi tão interessante que se estendeu até o Bar Diagonal, na zona sul do Rio.

                                                                                                                               Foto by: Camilla Campelo

Já no Leblon, mencionei ao Walter que uma vez minha mãe havia mudado de canal por ter achado uma abertura de novela chata. Entretanto, as dele sempre foram lindas e embaladas por músicas sensacionais. "Sanduíche de coração" do Rádio Táxi, ou "Ao que vai chegar" na voz de Toquinho. E pra finalizar "Companheiro" na voz de Maria Eugênia.

É Negrão, por causa das suas novelas minha mãe não muda de canal. Ela esquece o controle-remoto no sofá e fica estática diante da TV, sempre que um folhetim seu está no ar. A história lá em casa começou com um aparelho em preto e branco, depois veio a televisão colorida. E agora lá está minha mãe, diante de uma LCD, já com saudade de Araguaia.

O tempo passou, mas o seu talento e vocação permaneceram intactos. Isso me faz crer o quanto nos tornamos eternos na vida das pessoas. Chico Xavier, quando te conquistou com seu dom, tinha razão: você também psicografa, mas por amor, e pela arte.

Por: ALEXANDRE NOVASKI

domingo, 10 de julho de 2011

SENSIBILIDADE

O AUTOR: UM SER SENSÍVEL

Certa vez uma tia minha que carregava o filho recém-nascido no colo disse a uma vizinha: "Tem que tomar cuidado na hora de banhar a cabeça do pobre por causa da moleira".

Tal dúvida sobre o assunto passeou pelo meu cérebro que endureceu de tanto pensar.

Sabemos que tais fontanelas fecham com o tempo e suas funções são promover o parto. O cérebro também chega no seu tamanho oficial logo que completamos 02 anos.

Com 04 anos nos tornamos mais terrenos e dizem que nosso caráter é formado até os 14. Depois de tal idade não há mais remédio. Quem é ruim será malvado pra sempre. E quem é bom passará pelos portões do céu.

Bem, as suturas no crânio do autor parecem não fechar nunca. E as linhas se estendem aos fios que levam nossa sensibilidade até a alma. Sem querer e muitas vezes cheios de revolta passamos a entender e compreender as pessoas. Mesmo as más. Tanto que elas viram personagens. E só quem teve uma vilã na sua vida consegue destrinchá-la numa minissérie, filme ou novela.

Para nós é fácil ler uma pessoa. Ela chega como num livro, ilustrado, capa quatro cores e tudo mais. Às vezes vem acompanhada de um pequeno prólogo e tenta encerrar sua história como num epílogo. Mal ela sabe que nós conseguimos visualizar os outros volumes que se escondem bem no cantinho do seu mediastino.

Seja no teatro, no cinema, ou até numa loja, ser agraciado pela energia de uma pessoa negativa é f. Isso independe da classe social do sujeito. Ou até de sua profissão. Na própria área artística, em que deuses e entidades passeiam conosco, há quem viva numa frequência ou amplitude não modulada.

O negativo e o positivo, o dia e a noite, o ying e o yang, o sol e a lua, as cores distintas, tudo isso pelo menos nos serve como ferramenta de trabalho. E ainda nos libera para moldar acontecimentos, transformar, criar. Afinal, gente que nasce, cresce, reproduz e morre temos até demais por aí. Agora, ter a sensibilidade para ultrapassar essa linha tênue... Bem, encerro por aqui. Estou sensível demais hoje. Vou escrever um pouco. Foi com o intuito de estimular meu cérebro que minhas moleiras fecharam.

ALEXANDRE NOVASKI

domingo, 3 de julho de 2011

TEATRO

ELES NÃO USAM BLACK-TIE, MAS TODOS NÓS USAMOS PAPEL HIGIÊNICO

Escrita em 1955, "Eles Não Usam Black-Tie" de Gianfracesco Guarnieri só não é mais atual porque em determinada cena o personagem Otávio menciona o dinheiro da época "cinco mil cruzeiros".

Escancarando a vida de quem mora nos morros do Rio de Janeiro, o texto fala abertamente da desigualdade social,  da desilusão que nos leva à ilusão, da luta pelos direitos iguais e dos problemas causados pela industrialização.

O espetáculo foi encenado pela primeira vez em 1958, no Teatro de Arena, em São Paulo. Na ocasião, o autor fez o papel de Tião, o operário que trai a classe numa greve.

Vinte e três anos depois, em 1981, o texto virou filme com a direção de Leon Hirszman e teve o próprio Gianfrancesco no papel de Otávio (pai de Tião). A atuação lhe rendeu o troféu APCA. Milton Gonçalves, que na primeira montagem atuou como Bráulio, teve o privilégio de interpretá-lo novamente no filme.

O conflito que alavanca a dramaticidade do texto de Gianfrancesco é a greve que Otávio organiza com os amigos da fábrica para a obtenção de melhores salários. Particularmente nunca fui a favor de certas manifestações. Reivindicar é preciso, porém, atrapalhar a vida de terceiros para obter algo é o cúmulo. Exemplo: Cansei de ver o fluxo da Avenida Paulista impedido por causa de reivindicações. Ambulâncias paradas e com doentes em estado grave, pessoas descendo de ônibus e muitas vezes andando a pé por não ter dinheiro pra complementar com a passagem de metrô (eu mesmo já passei por tal situação), e por aí vai.

Todo o caus nos leva a um único objetivo: COMUNIDADE, uma comum unidade. Estamos num abraço único. É preciso pensar nas consequências. É extremamente necessário pensar no próximo.

Está aí o ponto que me fez torcer pelo personagem Tião. Final surpreendente. O momento em que todos nós nos despimos da aparência. E fica somente a vestimenta da alma.

ALEXANDRE NOVASKI